Patronos

PATRONO DA CADEIRA 10 DA SECCIONAL CEARÁ, DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL

EUCLIDES NOGUEIRA SANTANA (QUIDO)

Euclides Nogueira Santana foi agricultor por necessidade; comerciante por vocação; político por atenção ao seu povo; farmacêutico por intuição, muito embora tenha sido autorizado à prática a partir de curso básico em farmácia.

Na infância ficou órfão de pai. Fez-se agricultor para auxiliar no sustento dos dois irmãos mais novos. Iniciou a vida no comercio precário como tropeiro vendedor de peles, milho, feijão, amendoim, rapadura e fumo. Anos mais tarde abriu as portas de um comércio varejista no centro da comunidade Santa Teresa. Assim fez-se conhecido de todos os cidadãos do lugarejo.

Em 1958, ingressou no movimento político que culminou com o desligamento do da Vila Santa Tereza do município de Farias Brito-CE. Escreveu o Hino Municipal de Altaneira e assim deu à mais nova cidade um dos seus primeiros símbolos cívicos.

Elegeu-se vereador para a primeira legislatura da cidade de Altaneira.

A partir de uma revelação em sonho, disse-se capaz de auxiliar os enfermos com práticas medicinais. Assim ficou reconhecido em toda a região.

Esteve ao lado de Altaneira nos momentos mais críticos da vida política desta gleba.

Enquanto comerciante da cana-de-açúcar, deu renda aos pais de família que lhe prestaram serviços; investido de poderes políticos, fez muito por sua terra e sua gente a partir das benfeitorias advindas do seu mandato; enquanto farmacêutico, atendeu os altaneirenses nas tardes quentes e nas madrugadas de chuva, munido apenas de estetoscópio, esfigmomanômetro e muita sabedoria. Visitava o paciente e tomava as decisões cabíveis ao momento: medicava com exatidão ou transferia para o Crato-CE.

Altaneira há de reconhecer que deve muito da sua história a esse homem de altivez e luta, discurso austero e sábio, determinado e corajoso.

Eis a personalidade ilustre a que nos propomos biografar e lhe exaltar as qualidades.

PATRONA DA SECCIONAL REGIONAL ARARIPE-CE, DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL

ELIZABETH ANTÃO DE OLIVEIRA LIMA

Elizabeth Antão de Oliveira Lima, filha de Francisco Antão de Souza e Otília Gomes de Matos Bantim, nascida sob a proteção de São Pedro, em Caririaçu(CE), de família originária de Santana do Cariri e para onde retornou ainda muito criança. É de Santana do Cariri, portanto, as suas melhores lembranças da infância e adolescência.

Ainda na adolescência, após concluído o curso pedagógico, lhe foi dada a oportunidade de lecionar. Em Araripina-PE, trabalhou no Grupo Escolar Pe. Luiz Gonzaga e no Ginásio São Gonçalo. Neste último foi também diretora escolar. Em 1954, no Distrito Ipubi, então pertencente em Município de Ouricuri-PE, onde foi a primeira professora a lecionar naquela localidade, tal como ela mesmo relata:

"Fizemos o percurso àquele distrito em duas etapas por caminhão - através da estrada que ligava Araripina a Ouricuri – e seis quilômetros aproximadamente à cavalo, em caminho rodeado por mata de médio porte"(...)

"Ipubi era vila de uma rua só. Nela, uma igrejinha, alguns cafés, uma mercearia. Nas proximidades, casas esparsas, alguns animais soltos. Era, pra mim, uma fazenda crescida. Sua gente, simples, pura e ordeira".

Sua primeira vivência no Estado de Pernambuco foi entre as cidades de Ouricuri e Araripina. No final da década de 1950, mudou-se para a capital Recife-PE, a fim de estudar. Foi na capital pernambucana onde licenciou-se em Letras pela Universidade Católica de Pernambuco. Assim fez-se professora de língua portuguesa e literatura. Os diversos cursos de aperfeiçoamento pela Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro-RJ, onde foi aluna dos professores Cândido Jucá Filho e Rocha Lima, o gramático; a fez técnica em assuntos para a educação.

Casou-se com o também professor Ranulpho de Oliveira Lima, de cuja união não houve descendência.

Ainda em Recife(PE), os seus méritos profissionais a fez membro de muitos quadros, dos quais: professora e secretária escolar do Colégio Joaquim Nabuco; professora do Colégio Carneiro Leão; professora e técnica de educação do Ginásio Barros de Carvalho; e professora da Escola Técnica Federal.

Depois de quase quatro décadas de dedicação a educação, finalmente, os louros: foi eleita Membro da União Brasileira de Escritores-UBE-PE e do Rotary Club de Recife(PE).

Na vida de escritora, publicou diversas obras de contos, crônicas e poesias, das quais pode-se destacar: Faces do Tempo; Abrindo as Porteiras do Mundo; Brisas do Outono; De volta com a Saudade; Perguntas que me fizeram; Bicho treva. Participou ainda de antologias, revistas e jornais, em Recife(PE) e no Cariri Cearense. Foi colaboradora do Jornal da Confraria; Jornal A Voz do Araripe; e Cariri Destaque; também do informativo O Futuro Passa Aqui – da Sociedade Teatral Santanense.

Foi durante a sua existência, Presença marcante nas Festas de Senhora Santana (em Santana do Cariri); EXPOCRATO; e demais eventos culturais aqui no Cariri Cearense.

A Seccional Regional Araripe, da Academia de Letras do Brasil, imortalizou-a como Patrona.

Mesmo sendo uma figura com vastas homenagens e condecorações, jamais perdeu as suas características marcantes, tais como: simplicidade, humildade, educação, dedicação e solidariedade.

Encerrou a sua mais bela poesia na manhã de 09 de novembro de 2022, aos 92 anos de idade, depois de logos dias de internação no Real Hospital português - Recife-PE.

Academia de Letras do Brasil Seccional Regional Araripe-CE
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