Noemi Arraes
Noemi de Alencar Arraes nasceu no casarão da Rua Grande - Araripe-CE, em 1900.
Filha de pais abastados, teve sua infância regada de muita fartura. Seu pai, Manoel Vieira Albuquerque, comerciante, latifundiário e pecuarista, jamais permitiu faltar qualquer coisa à sua família. Enquanto a mãe, Maria Almina de Alencar, de família respeitada, gozava de bom conceito e muita amizade. Sua simplicidade agradava a todos.
A infância de Noemi foi pautada nas brincadeiras de boneca de pano com suas primas e amigas próximas. Entre seis e sete anos de idade iniciou a vida escolar com o professor particular Tezinho, e depois com a professora Cândida do Espírito Santo, professora de instrução pública que viera de Fortaleza-CE para lecionar em Araripe-CE. A professora Cândida do Espírito Santo não demorou por muito tempo em Araripe-CE, mas conseguiu excelentes resultados durante o período que aqui esteve. Findadas as aulas da mestra Cândida, Noemi já sabia o bastante para que o pai pudesse transferi-la a continuar os seus estudos em Fortaleza-CE.
Aos 15 anos de idade, casou-se com Alexandre Arraes de Alencar, seu primo em segundo grau, nascido, residente e telegrafista em Araripe-CE. Em seguida acompanhou-o até Arneiróz-CE, quando este foi transferido para telegrafista daquela cidade.
Voltando a viver em Araripe-CE, aonde nasceram os primeiros filhos do casal, dedicou-se aos trabalhos domésticos e manuais que aprendera por influência da mãe.
Encontrado os filhos já em idade escolar, Alexandre Arraes decidira viver na cidade de Crato-CE, aonde, anos mais tarde, ingressou na vida pública e foi prefeito municipal de reconhecido valor.
Sendo Alexandre Arraes de Alencar prefeito do Crato-CE, Noemi de Alencar Arraes, Primeira-Dama, assumiu a presidência da Comissão Municipal da Legião Brasileira de Assistência – L.B.A., aonde desempenhou belíssimo trabalho.
Ficou viúva em 1943, e administrou com desenvoltura os poucos bens que o marido lhe deixou, a educação dos filhos e a saudade imorredoura dos 28 anos de casada com Alexandre Arraes de Alencar.
Em 1954 mudou-se para a cidade de Fortaleza-CE e acometida da saudade da infância vivida em Araripe-CE, da mãe que ainda vivia no casarão da Rua Grande, dos irmãos, da vida sossegada da cidade em que nascera, das primas com quem brincou na infância e da rocinha ao lado da casa em que morava que na meninice ajudava o pai a plantar; escreveu a obra A ROCINHA E A FÁBRICA – Reminiscências e Reflexões.
A ROCINHA E A FÁBRICA – Reminiscências e Reflexões, é obra feita das melhores lembranças desta guerreira araripense que levou adiante a premissa da firmeza, perseverança e garra características da família Alencar.
A ROCINHA E A FÁBRICA – Reminiscências e Reflexões, desvenda muitos pontos de interrogação da história de Araripe-CE, traz a baila os assuntos mais diversos da sociedade araripense do início do século XX e nos diz com clareza a personalidade dos nomes que hoje se fazem patronos das ruas principais de Araripe-CE, bem como os que figuram na lista dos ilustres municipais. Assegura-os seus lugares na história.
Bastaria a escrita dessa obra [A ROCINHA E A FÁBRICA: Reminiscências e Reflexões] para que Noemi de Alencar Arraes fosse digna de todo o reconhecimento histórico do povo araripense, de patronear uma cadeira na Academia de Letras do Brasil/Seccional Araripe-CE e de ter todas as homenagens que esse trabalho de pesquisa puder sugerir em favor do nome desta mulher que fez da distância de sua terra natal uma contribuição histórica de valor inestimável.
Eis a personalidade ilustre a que nos propomos biografar e lhe exaltar as qualidades.