Antônio Girão

Antônio Girão Barroso nasceu aos 6 de junho de 1914, em Araripe-CE. Filho de Teodorico da Costa Barroso e de Maria Machado Girão Barroso. Foi o terceiro filho dos seis do casal. O pai, inspetor de telégrafo, provedor da família, por conta da profissão, foi obrigado a sucessivos deslocamentos, e se encontrava morando em Araripe com sua esposa, quando Girão Barroso nasceu. Dessa forma, Antônio Girão Barroso passou a infância na cidade de Icó, onde iniciou os estudos, concluindo o curso primário em Iguatu. Aos 15 anos, foi para Fortaleza, iniciando em 1929, o curso ginasial no Liceu do Ceará. Em seguida, estudou no Colégio Castelo Branco e no Educandário Cearense Moacyr Caminha.

Em 1932, aos 18 anos, matriculou-se na Escola de Comércio Fênix Caixeiral, onde, seis anos após, concluiu o curso de Perito em Contador, mas sem nunca haver exercido a profissão. Em 1938, aos 24 anos, cursou no Liceu do Ceará, o Pré-Jurídico – preparatório para ingresso na Faculdade de Direito, o que ocorreu em 1940 – ocasião em que participou ativamente de várias revistas literárias de estudantes. Em 1942, foi ao Rio de Janeiro para o V Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em Fortaleza, participou na fundação da União Estadual dos Estudantes (UEE). Em 1943, fundou o Salão de Abril – ainda o maior evento das artes plásticas em nosso Estado.

Enquanto cursava Direito, foi professor de Português e de Geografia do Brasil na Academia de Comércio Padre Champagnat. Em 1944, aos 30 anos, concluiu o Curso de Direito. Nesta faculdade, trabalhou como inspetor de ensino; depois ingressou como professor adjunto, até ser admitido por concurso, como professor titular da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas, aí lecionou História, Econômica Geral e do Brasil, História do Pensamento Econômico, Sistemas Econômicos Comparados, tendo sido também professor de Economia Política na Faculdade de Direito. Em 26.05.1945, na Igreja do Patrocínio, em Fortaleza, casou-se com a professora primária Alba Aragão Cavalcante Barroso, filha de Luiz Cavalcante, de sobral e de Alda Aragão Cavalcante, de Ipu, com quem teve onze filhos: Maria Luzia; Raimundo Oswald; Sara Maria; Priscila; Antônio; Eliana; Diana; Cristiana; Luiz Teodorico; Maria Goretti; e Clarissa. (BARROSO, 2014, p.140-143).

A partir da década de 30, do século XX, Antônio Girão Barroso tornou-se colaborador assíduo dos jornais e revistas da cidade de Fortaleza: Gazeta de Notícias, O Estado, O Povo, dentre outros periódicos. Em 1936, com Manuel Albano Amora, ele resolveu criar o seu próprio jornal literário, sob o título "Letras" – este, porém, circulou em poucas edições. Com Aluísio Medeiros, cuja amizade passou a ser cultivada no Liceu do Ceará, por volta de 1938, criou a revista "Movimento", com a duração de um único número. Seu grande êxito foi a criação do jornal "José", consoante o registro em uma matéria, sem assinatura, publicada no Jornal Unitário, na edição de 26 de dezembro de 1976; teve duas fases, na primeira (11 números) tendo como secretário o poeta Eliardo Farias e na segunda (2 números) com Paulo Bonavides. José, que pretendia ser semanário, mas acabou não sendo, naturalmente por motivos financeiros, extrapolava de literatura, era também político, muito ao jeito de Girão, e noticioso. [...] O nome José, como se fosse uma evolução de Zé-Povinho e Zé-Povo, queria expressar homem do povo, o homem comum brasileiro. Girão não deixou de fazer a sua revoluçãozinha no jornalismo. Uma página tinha como título "Literatura para José" e outra "E as artes, José?", como se perguntasse: "Puxa, ó homem do povo, por que você se interessa tão pouco pelas artes?" Quanto ao noticiário, procurando romper com todo convencionalismo, era o mais objetivo possível. Por exemplo, noticiando uma reunião, dizia que tinha ido pouca gente (e não aquela história de "numeroso público") ou que determinado orador falara mal. É imortal da Academia Cearense de Letras.

A partir dos anos 40 do século XX, o então senador João Calmon, convidou-o a trabalhar nos Diários Associados, onde, nos jornais, fez reportagens, críticas de cinema, literatura e artes plásticas, mantendo em Unitário a coluna "Revista" – Era jornalista profissional, devidamente registrado na delegacia Regional do Trabalho. Ao fim dos anos 70, Antônio Martins Filho, então presidente da Funeduce, convidou-o a trabalhar na TV Educativa, como chefe da Divisão de Jornalismo. Homem múltiplo, foi protagonista de muitas outras atividades: no governo de Raul Barbosa, foi Chefe dos serviços de Imprensa; no de Parsifal Barroso, Diretor do departamento de Assistência ao Cooperativismo.

Antônio Girão Barroso faleceu em Fortaleza, no dia 11.12.1990, aproximadamente ao meio dia, no Hospital Batista Memorial, vitimado por pneumonia aguda. Ao longo de toda a noite, foi velado no salão principal do Palácio da Abolição. Foi sepultado no Cemitério Parque da Paz, as 10 horas do dia posterior. (BARROSO, 2014, p. 284-5).

Academia de Letras do Brasil Seccional Regional Araripe-CE
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