A Seccional Regional Araripe-CE, da Academia de Letras do Brasil, é uma entidade que congrega dez municípios do Cariri Oeste cearense, a saber: Altaneira, Assaré, Antonina do Norte, Araripe, Campos Sales, Nova Olinda, Potengi, Salitre, Santana do Cariri e Tarrafas.

ADRIANO SOUSA

CADEIRA 02

CONHEÇA UM POUCO MAIS

Nascia no dia 02 de julho de 2016, a Academia de Letras do Brasil Seccional Ceará, com sede em Fortaleza, para a qual fui convidado para ocupar a Cadeira 10. No momento da posse, que aconteceu na Assembleia Legislativa do Ceará, fui incumbido da fundação de uma seccional municipal em Araripe-CE. Pensando em atender um coletivo maior e que, muito provavelmente, demoraria a ter essa oportunidade, solicitei da alta corte acadêmica estadual e nacional para que pudesse fundar uma Seccional Regional, composta por 10 municípios do Cariri Oeste. E assim se fez!

Jamais senti qualquer arrependimento no tocante a esta ideia. Conseguimos, por convite ou por eleição, grandes nomes da cultura regional.

Tivemos no primeiro momento a oportunidade de visitar todos os municípios do Cariri Oeste dando posse aos acadêmicos; condecorando casarões de fachadas originais; reunindo-nos com acadêmicos em prol de desenvolvermos a cultura regional como podíamos.

Todas as vezes que presidi a Seccional Regional Araripe-CE, o fiz com muito respeito a todos os membros. Liderar é saber respeitar a todos com o mesmo direito. Jamais persegui ou escolhi alguém. Muito embora tivesse motivos para as duas opções. Mas a presidência não me dá essa possibilidade. Na qualidade de presidente apenas posso cuidar da entidade e de cada um em particular, zelar pela integridade da entidade e dos seus membros.

Cabe lembrar ainda que gestor nenhum pode fazer sozinho com que o coletivo posso progredir. Cada um em particular tem sua vida com todas as obrigações. Alguns trabalham e estudam; outros, mesmo aposentados, têm afazeres na área familiar, além de ainda produzirem muito nos outros campos da vida, que não o trabalho oficial. Com o presidente não acontece diferente. Sou servidor público com ocupação em 200horas, tenho família normal com todos os problemas de todas as famílias brasileiras, tenho sonhos particulares, tenho ainda a responsabilidade de presidir uma entidade regional que me toma as madrugadas sonhando em realizar os desejos mais simples e que muitas vezes são tolhidos pela tesouraria que tem uma receita exata com a despesa e que não sobra um réis para os sonhos que temos.

A entidade jamais foi um fardo na minha vida. Jamais perdi noites de sono dedicado em problemas, pois a entidade jamais me trouxe qualquer problema. No entanto, atualmente, já me peguei algumas vezes pensativo quanto a incompreensão de algum membro. Mas me consolo em saber que um não representa 40.

Somos privilegiados quando podemos dizer que temos uma Cadeira na Academia de Letras do Brasil Seccional Regional Araripe-CE. Assentados nesta Cadeira temos a oportunidade de representar o nosso município, zelar pela honra do nosso Patrono e reconhecer os valores daqueles que não chegaram ainda a uma cadeira na Academia de Letras, e ainda aqueles que jamais chegarão. O nosso ego já foi massageado no dia do convite ou da eleição que nos levou a uma Cadeira ALB Araripe-CE. A única medalha que merecemos e que temos direito e que já recebemos é a medalha ALB Araripe-CE. Qualquer outra condecoração depois do direito de usar o Fardão e a Medalha ALB Araripe-CE será mera redundância.

Há 25 anos estudo e pesquiso sobre academias de letras. A primeira pesquisa sobre o assunto se deu na biblioteca da escola 18 de dezembro (em Altaneira), percorreu todas as demais bibliotecas da cidade e se estendeu às bibliotecas da cidade de Araripe e depois no Google (com o advento da internet). Será que depois dessa vastidão de pesquisa, de ser membro Seccional Estadual do Ceará, de ter assinado a fundação de uma entidade regional com 10 municípios, ainda assim poderia ser tachado de aventureiro no remo de uma embarcação que fui o responsável por quebrar a champanhe de inauguração?

Não serei redundante. Jamais! O conhecimento na área não me permite. Uma segunda medalha, um segundo diploma, uma segunda comenda... não existe em academia nenhuma. Se eu soubesse da existência desse ato em qualquer academia a atitude mais acertada seria tentar consertar o erro conscientizando da redundância, jamais copiando o erro.

Não estudei academias de letras apenas por fascínio, mas para poder me comportar a contento nos coletivos que tenho participado. Para qualquer questionamento faz-se necessário que conheçamos o mínimo do solo onde pisamos. O levante solitário nunca foi colaborador do trabalho em equipe e da conquista dos sonhos coletivos.

O meu silêncio nunca significou ausência, pois a minha resposta é sempre imediata quando sou interpelado ou solicitado pessoalmente. As noites insones estão sempre preenchidas pelos projetos que escrevo e pelas ideias que apresento. Inclusive tenho a felicidade de dizer que fui bem sucedido em quase todas elas. O meu silêncio está sempre seguido de momentos agradáveis com os coletivos aos quais me dedico. Se estou em silêncio, não há motivos para cobranças, sábios são os que se preparam para a festa!

Teremos encontro técnico para planejamento do segundo semestre 2024; teremos Missa dos Patronos; teremos condecoração de casarões originais; teremos condecoração de pessoas que contribuíram para sermos hoje o que somos, estar onde estamos e poder contar as histórias que achamos que sabemos.

Mais do que isso é mera especulação e desejos que o bom senso não permite realizar.

IONETE PEREIRA

CADEIRA 03

A Lady De Boa Viagem

Não bastasse a delicadeza das palavras e ações; a educação e o jeito nobre e de fino trato ao nos receber em sua casa, ela própria é a personificação da bondade o que é raro hoje em dia nesse mundo individualista onde grande parte da população está preocupada exclusivamente com o seu bem-estar e não olha sequer o que acontece a sua volta.

Elizabeth Antão e o Sr. Aldi nossos amigos nos ciceronearam em Recife, Antigo, prédios históricos como a Residência de Ariano Suassuna, a Casa de Gilberto Freire (autor de Casa Grande e Senzala) verdadeira obra de arte.

A UBE (União Brasileira de Escritores) onde nesse dia o novo Presidente o Sr. Renato estava sendo votado e nossa anfitriã votou para elege-lo o qual foi eleito.

Apresentou-o o Adriano e ele manteve um contato mais pessoal e direto com o candidato a Presidente daquela nobre Instituição.

Visitamos os três Castelos do Colecionador Ricardo Brennand onde obras de arte do mundo inteiro estão expostas ali.

Elizabeth Antão é escritora, já escreveu vários livros e é Patrona da Academia de Letras do Brasil - Seccional Araripe. Poeta e amante das belas artes.

Como ela pensa em eternidades e o Universo contribui como forma de perpetuá-la no tempo e espaço; a imortalidade já é própria de seu mundo singular e cultural.

Conhecer essa Musa tão completa é um privilégio como é também conviver com ela e querê-la bem.

Somos muito gratos por esse presente doado a nós durante essa semana que passamos em sua companhia.

A nossa estada em Recife com ela e o Sr. Aldi foi muito bem aproveitada. Sentimo-nos renovados para produzir mais e melhor. E ter maior consciência do valor de uma verdadeira amizade. E com o olhar especialmente organizado, valorizar a importância de uma sincera hospitalidade, porque a generosidade não se manda fazer, ela acontece.

Não posso descrever em palavras o que representou esse passeio cultural para nós; mas perpetuar em nossa memória esses dias que são definidos com toda capacidade de enxergar e com o coração que se agiganta de reconhecimento e gratidão.

Elizabeth Antão você será sempre para mim, a amiga que aprendi a admirar a exclusiva e única do calçadão, a eterna Lady de Boa Viagem.

ELIZIANE ALVES BARBOSA

CADEIRA 06

Desconheço


Não entendo a dor que sentes

Sem as feridas abertas, desconheço seu sofrer.

Em meio aos risos, mostra-se forte,

Não reconhece o que deveras sentes.

Corpo em casca e ferida interior

Eu desconheço o sábio, justo e verdadeiro,

Que com o coração pode ouvir seus sussurros.

Enxerga batalhas, sem lutar contigo, busco entender!

É doloroso e pessoal seu sofrer.

Sem demonstrar desilusão, vai vivendo sem poder viver

E na verdade, tu desconheces o próprio sofrer

Degraus dolorosos, prantos guardados.

Quem disse: Fortes não choram?

É doloroso e desconheço,

Não ouça palavras, não vejo expressões

Conheces o amor?

REGINALDO VENÂNCIO

CADEIRA 11

COLO DE MÃE


Lugar repleto de paz,

O amor brota de repente e sempre

É como perfume da flor,

Um sentimento reluzente.

É via, aconchego e guarida,

É pra todo tipo – é vida,

Um carinho diferente.

Tem afago que te faz bem,

Dar sentido pra existir,

Caminho certo- porto seguro,

Te encoraja a seguir,

seu sorriso amoroso,

Forte, sincero e ditoso,

Não te deixa desistir.

Sempre tem nesse lugar,

Um amor incondicional,

Que é forte, às vezes frágil,

Com aspecto angelical.

É sinônimo de bravura,

Uma imensidão de ternura.

No coração de uma mãe,

É refúgio permanente,

É vida que se expande,

Conforto sempre presente.

Fonte inesgotável de amor,

É calor pra todo frio,

Tem colo que traz a paz,

Preenche todo vazio.

Mãe és o milagre da vida

Cura pra toda ferida.

Mãe é representação divina,

Que deus nos presenteou,

Teu sorriso berço esplêndido,

Seu abraço acolhedor.

SANDRO CIDRÃO

CADEIRA 12

A ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL


 A ACADEMIA DE LETRAS

DO BRASIL, E SECCIONAIS

TEM NO CARIRI OESTE

PROJETOS SENSACIONAIS

DE PROMOÇÃO DA CULTURA

EM MEIO À LITERATURA

EXPANDINDO SEMPRE MAIS.


TRAZIDA POR UM POETA

DE VISÃO E MUITA AÇÃO

CHAMADO ADRIANO SOUSA

QUE FEZ A REVOLUÇÃO

DE UNIR OS MUNICÍPIOS

EM TORNO DE ALGUNS PRINCÍPIOS

NUMA GRANDE COMUNHÃO.


PRESIDENTE E FUNDADOR

COMEÇOU A VISITAR

OS FUTUROS ACADÊMICOS

QUE IRIAM HOMENAGEAR

COLOCANDO EM GRANDES TRONOS

OS NOMES DOS SEUS PATRONOS

PARA OS IMORTALIZAR.


E ENTÃO ACONTECEU

NOSSA POSSE COLETIVA

EU E ALGUNS OUTROS PARES

NESTA INICIATIVA

EM DOIS MIL E DEZESSETE

ANO MARCANTE, REMETE

DATA COMEMORATIVA.


TEMOS REPRESENTAÇÃO

NESTA EGRÉGIA SODALÍCIA

DOS VIZINHOS MUNICÍPIOS

DE UM CARIRI SEM MALÍCIA

ARARIPE SEDIANDO;

SANTANA PARTICIPANDO,

NOVA OLINDA E POTENGI.


TAMBÉM AÍ SE INTEGRARAM

ASSARÉ E ALTANEIRA

SALITRE E CAMPOS SALES

VIERAM DESTA MANEIRA

TARRAFAS TAMBÉM, CONSORTE

E ANTONINA DO NORTE;

NINGUÉM PARA BRINCADEIRA.


EM NÍVEL ESTADUAL

PATRONO, LUIS ALDIR

LIDERA A A.L.B.

MESMO NÃO SENDO DAQUI

E ELIZABETH ANTÃO

PATRONA DO CORAÇÃO

AMOU ANTES DE PARTIR.


OS CONFRADES E CONFREIRAS

OS NOBRES PARTICIPANTES,

ATIVISTAS CULTURAIS

E MAIS OUTROS INTEGRANTES:

LUCÉLIA E A LUCIANA

UMA DUPLA BEM BACANA,

E ANDREIA COMO ASPIRANTE.


CORRINHA E O REGINALDO,

ALDEMIR, CABRA DA PESTE;

NICOLAU E EVANTUIL,

JESUS LEITE, INCONTESTE.

TEM O PEDRO CAVALCANTE

DO CORDEL, GRANDE AMANTE

E ERIVAN, O NOSSO MESTRE.


A PRESIDENTE ATUAL

LÚCIA NUNES, PROFESSORA;

JORNALISTA ANTONIO HÉLIO,

LÚCIA CASTRO, DEFENSORA

DA ICONOGRÁFICA MEMÓRIA,

E QUEM TAMBÉM FAZ HISTÓRIA

É ELIZIANE, EDUCADORA.


INDRA DIAS COM A VOZ,

TEREZA E LINIK DE DEUS,

MARIA ELÓI, FRANCISQUINHA

E OUTROS AMIGOS MEUS;

NOSSO FILÓSOFO VANDIR

E OUTROS MAIS VÃO OUVIR

IONETE E OS VERSOS SEUS.


MESTRE ANTONIO RAFAEL,

POETA JOSÉ ROBERTO,

JOSÉ SAYMON, GRANDE MÚSICO;

SALATIEL E IRISBERTO;

CRISPIM MELO COM A LÁBIA

COM CONVERSAS DAS ARÁBIAS

CONQUISTA QUEM ESTÁ POR PERTO.


TEMOS ADRIANA COSTA,

SOCORRO, FÁTIMA AMORIM,

RAIMUNDA MÁXIMO, EDIVÂNIA,

INCANSÁVEIS, BEM ASSIM;

POETA PENHA VIEIRA,

ORADORA DE PRIMEIRA;

E TEMOS GERMÁ MARTINS.


VINDO DA S.P.A.

RAFAEL DE OLIVEIRA

COM CANAL NO YOUTUBE

FAZ SEUS VERSOS DE PRIMEIRA.

PIMENTEL E MARIANO

OUVINDO E PARTICIPANDO

NUMA AÇÃO ROTINEIRA.


POR FIM, ESTE QUE VOS FALA

RAIMUNDO SANDRO CIDRÃO

TEM A CULTURA NAS VEIAS

POESIAS NO CORAÇÃO.

TAMBÉM HISTORIADOR

ESCREVE COM MUITO AMOR,

COM ARTE E COM EMOÇÃO.

ANDRÉIA TELES 

CADEIRA 19

MARÇO

U

L

H

E

R


Mês marcante, por objetivar as lutas sociais, políticas e econômicas da Classe feminina, encadeando uma série de ações nos eixos da sócio inclusão e da prevenção; e enfrentamento à violência de gênero, através de campanhas de sensibilização e conscientização, de participação e promoção de eventos. Nesse sentido, março é um período estratégico para atuação sobre violência e autonomia, ao Empoderamento das Mulheres, fundantes da luta de Classe. Quisera Nós, que em cada ano, cada cantinho do mundo, fosse criado um calendário de atividades que promovesse políticas públicas para o enfretamento, que possibilitasse a defesa dos direitos da Classe e que contribuísse para a DESconstrução de valores sexista, para um feminismo transversal e interseccional, respeitando as diferentes Mulheres e suas diferenças, sempre priorizando aquelas que se encontram em situação de pobreza e/ou vulnerabilidade social. Sem esquecer de contemplar as mulheres da cidade e do campo, das zonas centrais e periféricas. Essa causa merece visibilidade devido às repercussões que trazem para a qualidade de vida das mulheres vitimadas, considerando-se relevante a preocupação com a violência doméstica e a sua relação com a qualidade de vida. Dessa forma, devido à magnitude e gravidade dos fatos, há a necessidade da realização de discussões, estudos e reflexões. Movimentos estão sendo realizados e continuarão! As campanhas de publicidade evoluíram, mas ainda não é suficiente. A mudança depende de cada um, inclusive das organizações, até porque não há como falar sobre o Dia Internacional da Mulher sem levantar questões como igualdade, feminismos, estupro ou assédio, violência doméstica e familiar. Partindo dessa luta, afirmamos: NENHUMA DELAS A MENOS.

LUIZ CARLOS SALATIEL

CADEIRA 20

O Homem e a Folha

Entardece no mundo.

O céu nublado. O sol pintou as nuvens em tons de rosa-cinza-azul para anunciar uma chuva benfazeja para a floresta do Araripe. Alvoroçados, os pássaros voam em busca dos seus ninhos e os pequenos animais se entocam. Humanizando a paisagem, um homem nu caminha tranquilamente e parece embevecido pelo perfume de terra molhada. Ele carrega consigo a paz que transparece na sua face. No corpo longilíneo e de pele negra o tempo esculpiu as marcas dos anos bem vividos ali, onde nasceu, vive e... Um forte vento balança as folhagens das árvores. As folhas secas começam a cair. Admirado, ele vê aquela que cai bailando ao sabor do vento. O homem sorrir e continua sua caminhada. Ouve a floresta em sinfonia! Os pássaros, as folhas ao vento, as águas correntes... E essas vozes de crianças que parecem brincar? Num passo mais lento e cuidadoso continua até chegar a uma pequena cachoeira que derrama as suas águas num poço. Aquela folha bailarina posa na sua mão e ele, como numa visão mágica, vê as crianças-curumins cantando e pulando no poço da fonte: num jogo infantil se lambuzam com o barro e brincam com a água. O homem abre um largo sorriso e também se deita na água. Ele e a folha flutuam. O homem e as crianças celebram seus encantamentos e somente uma canção ecoa por toda a floresta. A folha pega uma correnteza e segue para cumprir o seu destino.

JOSÉ ROBERTO

CADEIRA 22

A flor mais bela

Quando Deus criou o mundo

Fez o céu, a terra e o mar

Com sentimento profundo

O homem pode criar

Ao seu lado a beleza

Que compõe a natureza

E tocou seu coração

Para completar a tela

Mulher é a flor mais bela

Do jardim da criação.

Ao homem que só estava

Conseguiu a companheira

A mulher já demonstrava

Sua beleza faceira

Encantou mais o jardim

Numa magia sem fim

Trazia muita emoção

Completando a aquarela

Mulher é a flor mais bela

Do jardim da criação.

Exercendo a influência

Na nossa sociedade

Conseguiu independência

Procurou a liberdade

Esbanjando simpatia

Demonstrando alegria

Às vezes é salvação

Para o homem pecador

Mulher, a mais bela flor

Do jardim da criação.

Basta você observar

Sua influência é tanta

Ninguém pode duvidar

Seu carisma nos encanta

A beleza nos fascina

Seus encantos de menina

Que transmitem emoção

Todos querem seu amor

Mulher a mais bela flor

Do jardim da criação.

FRANCISCA LIRA

CADEIRA 23

Ensinamentos

A vida me ensinou...

A ter fé e acreditar em Deus

A vida me ensinou

Buscar a oração

Porque é uma arma poderosa

A vida me ensinou

Respeitar as pessoas

Ser atenciosa com os outros

A vida me ensinou

A pedir desculpas diante os erros.

Também perdoar quando necessário

A vida me ensinou

A fazer boas amizades

A vida me ensinou

A trabalhar desde cedo.

A vida me ensinou

A ter esperança em dias melhores

A vida me ensinou

A resistir as dificuldades

A vida me ensinou

Que não posso e nem podemos

Seguir adiante sem Deus no coração.

GERMÁ MARTINS

CADEIRA 26

O CASAMENTO DO SOL COM A LUA

Eu vou contar uma história

Que é mesmo de emocionar

O dia que o Sol e a Lua

Resolveram se casar

Escolheram o Nordeste

Terra de cabra da peste

Para o ato celebrar.


A Nasa fez os convites

E mandou a todo lugar

O mundo quase parou

Somente para espiar

E o céu mudou de cor

Para saborear o amor

Daquele casório no ar.


O Sol em traje dourado

Naquele dia azulado

Recebeu a bela Lua

Com um vestido prateado

Tendo o povo nordestino

Homem, mulher e menino

Como ilustres convidados.


E em quatorze de outubro

O céu ganhou vida e cor

Para o matrimônio celeste

Feito com muito clamor

O céu quase que para

Quando o casal se declara

No Eclipse do amor.


O sertão foi testemunha

Dessa cena muito rara

Que uniu os dois astros

Colocando cara a cara

Na mais perfeita união

Que emana o coração

E nada no mundo se compara.

PENHA VIEIRA

CADEIRA 27

SER MÃE!

Ser mãe não é só dar a luz

ou passar com um filho nove meses

no ventre mas, depois de tudo

assumir seu compromisso com Deus

e a sociedade, tornando seu filho

gente.

Ser mãe é muito difícil

é um lema muito profundo,

nem toda mãe é capaz de

colocar um filho no mundo

e assumir sua missão, dele

ser seu próprio mundo.

Uma mãe de verdade é além do

infinito, seu mistério não se

define em todo qualquer lugar,

sua filosofia só deus é capaz de

desvendar.

Ser mãe é ser renúncia, felicidade e amor

seu futuro é baseado no amanhã, que possa

trazer de verdade um filho sem problema

e sem rancor.

Ser mãe é divisão, é amor, é carinho, dedicação.

Seus passos são flores enfeitando o coração

no engatinhar, no caminhar, no realizar de seu

filho, tornando ele um bom cristão.

Mãe é presença de esperança, de alegria

e de conforto, de cura e de gratidão.

É o caminhar de uma nova sensação em busca

de ideais preciosos para uma nova amanhã.

Ser mãe é carregar um fardo sem divisão,

é ter uma cruz pesada sem compaixão,

é viver a vida semeando rosas sem sentir

a presença dos espinhos no coração.

Ser mãe é vestibular mais complicado que fiz.

Entrei na faculdade sem quase me preparar, passo

a vida a estudar e as cadeiras não terminam.

É um curso contínuo, uma universidade completa,

onde tenho que possuir uma competência divina

e só Deus determina quando a faculdade finaliza.

ANTÔNIO HÉLIO

CADEIRA 28

NO BATENTE COM MAMÃE


O batente de baraúnas

Numa porta pra os lados

Numa casinha de taipa

Com vistas para os roçados

Toda tardinha esperava

Eu e mamãe lá sentados.


E no esteio do batente

Víamos a lua aparecer

Por detrás dos jequiris

Ela a se estremecer

Olhando mamãe e eu

Entre as folhas a tremer.


Eu e mamãe no batente

Sentados olhando a lua

Esperando papai chegar

Vindo da feira da rua

Ela contando histórias

Da vida sofrida sua.


O batente nos ouvia

Nada ali era segredo

E não comentava nada

Nem de nada tinha medo

Só tremia com o trovão

Pros lados do arvoredo


Mamãe me dava cafuné

Eu em seu colo sentado

O batente esteiando

Nosso momento sagrado

Naquela tarde primorosa

Em nosso batente amado


O batente ainda hoje

Está em nossa lembrança

De mamãe onde estiver

E eu nesta temperança

Equilibrando a saudade

Com o tempo em aliança.


Mamãe e eu nunca mais!

Tivemos a felicidade

De ver aquele batente

Na minha menoridade

Ele sentado no barro

Nós em sua lealdade.


Batente do meu minar

Que mamãe fazia em mim

Você esteiou nós dois

Até hoje lembro assim

Não teve acento melhor

Pra cafuné e cafezim.


De tudo que vi na vida

Não esqueço do batente

Nem de minha mãe querida

O meu eterno presente!

Que de tanto eu amar

Nunca sai da minha mente.


Nesta vida de lembranças

Engalanando a saudade

Revivo o meu passado

Repleto de felicidade

Felicidade remota

Da minha menoridade.

RAFAEL BRAGA

CADEIRA 32

AO MÊS DAS FLORES

Ser mulher é saber fazer o infazivel,

É ser mágica ao dar a luz,

Constituir, construir e criar a vida

Ser mulher e dar a vida a outra vida

É ter a delicadeza de uma flor, e a Valentia da leoa,

A sabedoria de várias vidas em uma única vida...

Ser mulher é merecer abraços,

presentes e parabéns todos os dias,

mas principalmente respeito,

sorriso e poesia.

Parabéns!

LUCÉLIA MUNIZ

CADEIRA 35

É sobre germinar apesar das adversidades | BAÚ DE MEMÓRIAS

Quando criança morávamos no Sítio Patos localizado a cerca de 3 km da área urbana do município de Nova Olinda-CE. O terreno onde ficava nossa residência era de um solo conhecido como massapê e dado as suas condições não era possível cultivar nesta área, sendo possível apenas mediante a correção deste.

Então, papai, o Senhor Antonio Belo, arrendava outras terras e pagava com sementes ou em dinheiro mesmo. Certa vez, este arrendou um terreno no Sítio Bujari, próximo a localidade onde morávamos. Era um terreno bem irregular e cheio de grotas de tal forma que não conseguíamos descer se não caminhando de lado para ir se apoiando e mantendo o equilíbrio ao passo que plantávamos as sementes as depositando no solo. Era milho, feijão e fava.

Ao final de uma semana de trabalho já estávamos bem cansados, contando que dali iríamos para casa e retornaríamos apenas para cuidar do cultivo e depois fazer a colheita, mas papai me chamou e fez o seguinte pedido:

- Lucélia, minha filha, pegue esta cuia com sementes de gergelim, escolha uma parte do terreno e realize o plantio destas. Estava exausta! Lembrei que quanto menores as sementes, mas raso precisa ser o espaço onde plantá-las. Pensei comigo: Cada semente, um pequeno buraco! Vou perder muito tempo aqui para realizar este trabalho! Então, se eu fizer um buraco bem fundo e jogar todas as sementes neste, ficarão sufocadas e não germinarão!

Papai com certeza me indagaria o porquê de nenhuma semente germinar e eu iria argumentar que o solo não é fértil e por isso tudo aconteceu. O tempo passou e papai foi até o nosso roçado. Voltou e me procurou, dizendo:

- Sabe Lucélia, as sementes de gergelim formam uma gigante touceira e eu nunca vi tantas vagens com sementes. Ele estava feliz mesmo sem entender qual técnica eu teria usado para aquele plantio do gergelim. Apesar das adversidades, as sementes germinaram!

Assim é a vida! Mesmo quando pensam ser improvável o nosso desabrochar, provamos o contrário! Somos sementes prontas para germinar, apesar das adversidades!

RAIMUNDINHA FEITOZA

CADEIRA 36

TRIBUTO À MARAVILHA


Eu não te esqueço torrão abençoado

Foste meu berço, lugar onde nasci

É de ti que vem as boas lembranças

Que comigo guardo depois que cresci.


És meu repouso, lugar preferido

És tu que me dás a paz que procuro

És meu mar sereno, és brisa suave

Tens o meu amor, meu porto seguro.


Teu nome faz jus ao que representas

Em meio às tormentas és tu minha ilha

Na tela pintada do meu pensamento

Serás sempre destaque minha maravilha.

ANTONIO RAFAEL

CADEIRA 37

MEU LUGAR ONDE EU VIVO

Resgatando a nossa história

As memórias eu reativo

O lugar onde eu vivo

E os costumes regional

O passado eu não posso vortá

Mais querendo eu posso mostrar

Os grandes gênios imortal

Vou mostrar nosso valor

Que seja humano ou natural

As memórias e os memorial

Na cidade e nas ribeira

Já que falei vou da as prova

Tem o casarão da Vila Nova

E também outro em Cajazeiras

Grota, riacho e açude

Eu já contei mais de cem

Mais eu quero mostrar também

E os rios que tem em nosso chão

Os que banha eu e os que banha tu

Tem o Felipe e o Urucu

Tem o vale dos bastiões

Tem a serra dos Bastiões

A do João Paes até o Urucu

A do olho d'água até jacu

Do Cipó até Ingá

Baixa grande e Bom Jesus

Do picote que tem uma cruz

Do Umbuzeiro até o Araçás

Vou mostrar nossa demanda

Era arroz, milho e feijão

Mandioca e algodão

Que deu camisa para alguém

Tinha farinhada e tinha moagem

E uns fazendeiro de coragem

Cada um empregava cem

Era engenho e aviamento

Abraço a boi e a motor

Grande parte se acabou

Mais em quase todo canto tinha

Nestas casas de fartura

Tinha batida e rapadura

Massa, goma e farinha

Tinha as oiticica lá do rio

Que por muito foi amada

E a nossa pedra ferrada

Que tão pouco evolui

Todos estudam a pedra preta

Olham vírgula e olha letra

Mais alguém nada descobriu

E as histórias que pai contava

Da caça e do caçador

E dos compadres que se amigou

E foi lobisomem nas ribeira

E caipora e pai da mata

Que só atacava na mesma data

Era quinta e sexta-feira

Em Tarrafas nós temos

Os nossos melhores artistas

Sanfoneiro e baterista

E os melhores compositor

Tá na mídia, tá na censura

Nordeste povo e cultura

Mostrando o nosso valor

Tu não conhece nem canga

Nem pau de cambeteio

Nem um soto de aroeira

Nem uma caçamba de canafísta

Nem uma balsa de camaru

Nem um cavalete de mulungu

E ainda zomba do meu artista

Aqui nós temos a loiçeira

O ferreiro e o carpinteiro

Bons pintores e pedreiro

Alfaiate e tecedeira

Tem boiadeiro e desenhista

Bom cantores e cordenista

Tem curador e tem parteira

Tem pega de boi no mato

Boiadeiro e aboiador

Tropeiro e traquejador

Sela, sapato e chapéu

Temos corona e rabichola

De cabelo, linha e sola

Faz alfoiga e o xarel

Qualquer dia eu vou pra escola

Montado em meu jumento

Pra mostrar meu sofrimento

Do tempo que eu estudava

O material que eu possuía

E as comidas que eu comia

E a roupa que eu usava

De cavalo ou de a pé

Vou chegar na educação

De roupa velha e pé no chão

Comendo um pão salgado

A currulepa e o sapato

Que é pra mostrar o retrato

Do que eu sofri no passado

É Tarrafa dos Bastiões

É a região do cariri

Foi aqui onde eu nasci

Por aqui me apaixonei

DEUS salva a nossa terra

É Bastiões, rio e serra

Que atravessa o nosso meio

E a Tarrafa se destaca

No melhor do seu mercado

Tem ovelha, burro e gado

Porco, bode e galinha

No comércio é nota cem

Minha Tarrafas tudo tem

A nossa terra é uma rainha

Minha cidade é pequenina

Mais o comércio é regular

A nossa terra é produtiva

Lá da tudo o que plantar

Os artista é nota cem

E os populares são também

É lugar bom de se morar

Vou te dar as referências

Neste rumo tu não erra

A rua do centro é o rio

De cada lado é uma serra

Se tu passar por ali

Nunca mais tu sai dai

Da nossa querida terra

MARIANO CARVALHO

CADEIRA 39

Retrato desanimado...


Durmo, mas não descanso

Acordo, mas não me sinto vivo

Numa corda bamba balanço

Tal qual no mar um navio.


Singrando no horizonte sem rumo

Feito um pedreiro sem prumo

O que mais posso fazer?

Se nada mais me alegra

O que nessa vida me resta?

Sentar-se e esperar para ver?


Do cotidiano cansado

Do mundo desesperançado

Sob o peso dos meus ombros

Pinto um retrato desanimado

Academia de Letras do Brasil Seccional Regional Araripe-CE
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